domingo, 6 de janeiro de 2013

Red


Eu até puderia escrever um monte de coisas boas dizer que a vida corre maravilhosamente bem e que é tudo perfeito, mas não é e nisso só eu é que me posso queixar de eu próprio, só eu me posso queixar das brigas, das desilusões, das ilusões e de tudo aquilo que nunca tive: amor próprio. Pode-se dizer que é uma das piores fases da minha vida em que perdi  a esperança, o valor pelas coisas mas não perdi a base de mim mesmo que é o respeito. Desencontrei-me e não me encontro e simplesmente quero ir embora, quero ir embora daqui porque não me sinto bem e não sinto que as pessoas me mereçam, mas mesmo assim continuo a esboçar o mesmo sorriso de sempre embora ele tenha perdido o encanto, o encanto de outros tempos. O encanto desses tempos é agora trocado pelas noites frias, sombrias e que me arrepiam a alma, noites em claro ouvindo aquela musica que te toca, que te faz derramar aquelas lágrimas mas que ao mesmo tempo te leva um pouco da angústia que tomou conta de ti e não a consegues mandar embora. Abandonas-te os teus, foste embora da tua casa em busca da felicidade perdida, em busca de novos sonhos e novos objectivos que alguns acabaram por se concretizar, mas sempre faltou tapar aquele buraco que me magoa constantemente não pelas atitudes das pessoas, mas porque eu não consigo ultrpassar, ultrapassar a dor que me invade, ultrapassar os meus medos, ultrapassar tudo! Foram embora os sorrisos, trocado por lágrimas, as gargalhadas de quem me conhece trocadas pelo rosto fechado e outrora quem me ajudou a superar, já não se encontra por perto ou porque se cansou ou simplesmente passei a fingir melhor mas sinto-me fraco tal como em todos os dias, que percorro o caminho de um sonho que idealizei e o qual os “meus” me puderam concretizar, o qual lhes estou muito grato mas mesmo assim não consigo esconder a mágoa, as lágrimas e as mentiras de quando choro indefinidamente.
Já passaram seis a sete anos, mas tudo marca como se fosse ontem, como se ontem tivesse estado contigo, como se ontem tivessemos uma conversa normal, mas o que hoje me pedes, não sou capaz de te dar porque para amar alguém é preciso primeiro amar-se a si próprio e neste momento sinto como se houvesse uma pedra enorme sobre mim a empurrar-me cada vez mais para baixo e eu sem força para lutar contra ela e o amor foi coisa que deixou de existir dentro de mim, aliás sinto-me vazio desde então, sinto um nada cada vez maior, cada vez mais abragente e sinto-me sem ideias, outrora o que me fazia bem é o que me faz pior.

Quem és tu ? – é o que me pergunto mais vezes, mas um dia saberei a resposta *

Lightsoff