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A vida é feita de momentos.

Estas palavras são apenas um refúgio de vários anos de frustrações, mágoa, risos e choros enquanto os outros te olham de lado e pensam – “que será que este rapaz tem?”, e enquanto os outros pensam que tu és feliz estás tu a evitar demonstrá-lo, estás tu a tentar negá-lo diante de ti mesmo que és um fraco e que precisas daquela pessoa que sempre te demonstrou carinho, amor e afecto nos momentos bons e momentos maus. E por mais que nos custe, temos de o admitir que nem sempre conseguimos superar a tristeza, que nem sempre nos habituamos a ela, que nem sempre é bem-vinda e fazemos sempre a pergunta “porquê agora”. Ouves a chuva bater nas tuas janelas, enquanto derramas lágrimas, ouves aquela música sentimental que te toca nas feridas mais profundas, que te faz sentir triste mas que para ti tem um grande valor – e esse valor consegue abrir-te o coração para o mundo, mundo esse que tu consideras cruel por tudo aquilo que tem demonstrado, por tudo aquilo que tu vês a tua volta e que não consegues esconder a tristeza que gostarias tanto de evitar, mostras o sorriso que os outros consideram que te faz feliz, mas no fundo há algo de ti que te consome as ideias, que desgasta mais e mais a cada dia que passa, e que tu não consegues mandar embora e precisamos de mudar a página, talvez continuar a cair no mesmo erro voltando a magoar o teu frágil coração, os teus frágeis sentimentos, que já não conseguem funcionar, que já não conseguem distinguir o que dizem ser o “amor” e talvez até tudo seja uma ilusão, uma ilusão que magoa.

« We break the promise and we take it back»

Voltamos a cair na ilusão de chamar algo que talvez não exista, algo que as pessoas chamam “amor”, mas talvez não seja essa a palavra correcta consideremos a palavra certa cumplicidade, cumplicidade essa que faz com que as pessoas confiem umas nas outras, mas que nada as impede de as magoarem com as suas infantis atitudes e imaturas e quando pensas que cresceste é quando cometes os piores erros da tua vida e desiludes pessoas e és desiludido também. Quando pensas que és amado, é quando pensas errado, quando pensas que gostam de ti é verdadeiro mas ao mesmo tempo sentes-te desamparado por aqueles que tu mais amas e que todos os dias tentam não desiludir, mas que mesmo sem demonstrar são brutos e basta-me um pequeno gesto para que me sinta completo, para que me sinta integrado e o que mais me magoa é que não me consigo meter dentro e apesar de fazer tudo com a melhor das intenções é para se sentirem orgulhosos de tudo o que eu faço, e o que faço por vocês faz-me ter a força para que me levante todos os dias e talvez tenha sido desonesto em algumas situações, ter mentido não foi a melhor das opções e talvez esses erros são o que me fazem pagar neste momento, todo o misto de sentimentos que carrego dentro de mim – e não digo que não devemos ter a família em primeiro lugar, porque são aqueles mais próximos, são aqueles com quem partilhas emoções verdadeiras, momentos verdadeiros e talvez nem pertença a este lugar.

« I’m looking for the best moment to go away»

E isto é o fim de algo inacabado a espera de ser melhorado e que talvez seja castigo, por passar noites e noites agarrado a uma máquina, por ser mau também quando não merecem, mas também devem ter de perceber que sou da família e tenho direito a expressar tudo o que sinto, mas mesmo assim não me posso queixar pois têm feito os possíveis e eu sei que sim, para nos dar o melhor que podem e ainda penso nos momentos em que vos mentia, e talvez sonhei alto demais e a queda foi demasiado perigosa e ainda me mantenho vivo mas bem no fundo.

« This is the end»